A Barca de Caronte, do Sono, da Noite e de Morfeu (1684-86)
de Luca Giordano
Estou acordado há uma hora. Apesar de ter o sono pesado, uma luz entrou por baixo da porta do meu quarto e arrancou-me dos braços de Morfeu. (Desculpa amor, foi só sexo, não significou nada para mim...) Minutos antes, já me revirava na cama, naquele limbo entre o sonho e o despertar. Penso que cheguei a abrir os olhos por breves instantes para saber se já tinha amanhecido. Mas não. A lua ia alta e sinto-me tão desperto como se tivesse dormido 12 horas seguidas...
Apetece-me fumar. Fumei o meu último cigarro antes de vir para casa ontem à noite e não cedi à tentação de comprar um novo maço. O meu corpo agora grita por nicotina e não se cala. Desde o dia 1 que reduzi o meu consumo para metade. De uma média de 15 cigarros diários, estabeleci um limite máximo de 7 por dia. Tenho cumprido. 10 dias ainda é pouco tempo para me sentir habituado a estes novos índices, preciso de mais alguns dias para tomar coragem de reduzir novamente para metade, para então largar definitivamente o vício. Essa é, para já, a grande resolução para 2007, que se aproxima rapidamente...
Vim à net tratar da vida. Percorri todas as novas ofertas do NetEmprego e mais uma vez chego à óbvia conclusão de que este país está parado. Ainda para mais, ando com ideias de ser funcionário público nesta altura do campeonato. Devo andar doido... Certo é, que quase toda a minha vida profissional fui trabalhador independente e nunca vi regalias nisso. Sempre paguei mais impostos que os outros, não sei o que é receber subsídios de refeição, nem de férias, nem de Natal, nem tenho qualquer direito a subsídio de desemprego, apesar de ter contribuído mais para a Segurança Social de que o comum dos trabalhadores por conta de outrem. Para estes chupistas, já dei a minha parte. Fartei-me. E começo a estar farto do refrão do Sérgio que ecoa todos os dias na minha cabeça...
Arranja-me um emprego, arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa concerteza... que eu dava conta do recado e o resto era um sossego...Como diz o outro, não facilita.
Encontrei-me. 34 de vida e, finalmente, um rumo. Sempre me dispersei muito nos meus interesses. Sempre me entusiasmei por muitas coisas e ao mesmo tempo e no meio delas me perdi. Depois desinteressava-me facilmente. Nunca soube o que queria ser quando fosse grande. Quando cheguei a grande, continuei sem saber o que queria ser. Agora, as todas as peças do puzzle começam a formar uma imagem mais nítida. Acho que me encontrei, ou não...
Continuo maravilhosamente apaixonado. 5 anos, 6 meses e 21 dias depois de te ter conhecido, sinto-me cada vez mais próximo de ti. És lindo e eu amo-te todos os dias. Se fores ao fim do mundo eu irei contigo. Obrigado por fazeres parte do meu reencontro. Quero unir-me, de facto, contigo...
Vou voltar para a minha cama. A ver se Morfeu me perdoa a minha infidelidade e me aceita de novo nos seus braços. Quero sonhar, muito...
Written by Anónimo
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5 comentários:
Para um texto concebido após um levantar da cama obrigado, não está mau ...! Pelo contrário ...!
Este Morfeu ...!
Sonha, sonha sempre ...!
Um BOM FDS!
Um abraço da Matilde e Cª!
Este texto está muito bom...gostei de ler...
Ao fim de mais anos que tu...não sei se o continuo a amar dessa forma...já lá vai o tempo em que chorei, em que perdi o sono a pensar na outra vida que preenchia a minha. Acho que o tempo vai passando, e contrariamente à suposta consolidação das relações, fomos afastando-nos gradualmente. Neste momento, creio, que gostamos apenas da companhia.
Os cigarros esses sim, os meus fieis companheiros de sempre. Mais uma vez não sei se estes tambem serão para sempre, já tentei pôr fim a esta relação mas não consegui. Será que o problema relacional é meu?!?!
num primeiro contacto com este blog, encontro algo que gostaria de ter dito;
as relações não são fáceis, mas não são impossíveis, e ainda menos quando há sinceridade, respeito e amor verdadeiro.
Parabéns pelo blog e para o casal também. Felicidades.
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