O meu velho carrito, de 100.000 kms, companheiro de estrada, de quecas e de trabalho, deu finalmente o peido mestre. Para voltar andar terá de levar todo o sistema de embraiagem, suspensões novas (serão só dos 100.000 km??), e um arranjo no carburador, que o mecânico não garantiu que ficasse bom a 100%, consequentemente avistam-se complicações nas vistorias.
Contava que a vida útil do meu pópó durasse mais um ano... já este ano tinha considerado a hipótese de comprar um carro novo, mas a velhice não perdoa... o gajo fartou-se e resolveu aposentar-se. Vá lá, ainda conseguiu fazer uma última viagem longa, suportando as subidas e descidas das terras beirãs.
Agora ando com um carro emprestado. Isso colocou-me um problema de independência. Em primeiro lugar: Compro passe? E passo a fazer como milhares de pessoas e volto a ser uma sardinha em conserva e transportado como gado. De manhã cheirando a profusão de cheiros de milhares de champôs, perfumes, e também de quem não se lava, e à tarde todos estes cheiros de novo, já desmaiados e misturados com outros menos agradáveis... Tudo isso é suportável, afinal durante anos era o meu dia-a-dia, mas depois da emancipação locomotiva, tudo mudou...
É verdade que não sou burguês, é verdade que não sou mais que esses milhares de pessoas cheirosas pela manhã. Mas quando penso que o sítio onde trabalho é sempre contra o trânsito (ida e volta), e que levo apenas 15 minutos a lá chegar de carro, quando de transportes teria de acordar uma hora mais cedo e ter de apanhar 3 transportes diferentes, aí paro para pensar... Quando tenho de estar em dois lugares ao mesmo tempo, à mesma hora, como hoje, como fazer? Não é fácil ser-se ecológico, económico ou pretensiosamente tentar não ser burguês.
Sou de facto um burguês, um burguês suburbano, pois não vivo no burgo de Lisboa, será que o facto de viver na linha além de burguês, faz de mim um possidónio??? Não sei, sinceramente já nem me interessa... estou demasiado preocupado com a escolha do novo pópó... que durará ainda algum tempo... Depois da escolha, mais um mês, para levar o meu antigo e desgastado carrito para abate (podendo receber ainda mais do que o seu valor comercial) e poder deduzir esse valor ao valor final do coche novo. Depois há que escolher as mariquices, a côr dos estofos, as jantes, se com ar condicionado ou não... afinal... não é uma escolha qualquer, vai ser o meu outro companheiro por mais uma série de anos... O pior de tudo, é que não tenho tempo para tanta indecisão... nem tempo para tests-drives... pior... não percebo nada de carros a não ser conduzi-los, atestar o depósito, pôr água no radiador, e entrar em pânico quando começa a cheirar a queimado dentro do carro!!!
De qualquer forma já pude fazer um pequeno estudo de mercado e até já aprendi qualquer coisita. Dentro do orçamento previsto cheguei apenas a um veículo (dentro de alguns)... Cheguei ao novo C2 da Citroën. Esteticamente interessante, com uma preocupação ao nível da segurança... mas não anda nada. É um carrito de cidade. Utilitário e económico. É o ideal para as minhas voltinhas do dia-a-dia. Por outro lado, por mais 100 contitos, vou buscar um carro melhor, um Opel Corsa dos novos (Essentia ou Enjoy), gasta um pouco mais, anda só mais 5 km/h que o C2, mas com mais cavalos... O interior continua desinteressante, mas desvaloriza menos em relação ao Citroën.
Moral da história: Estou com uma dúvida Shakesperiana:
C2
ou Opel Corsa?
Eis a questão!
segunda-feira, outubro 11, 2004
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