Todos se devem recordar que já se ouve esta máxima pelo menos desde a Expo'98, mas estamos todos de acordo que desde o final do séc. XX, Portugal passou a fazer parte dos roteiros (ou pelo menos foi candidato) de alguns dos maiores ou mais importantes eventos internacionais.
Imagino que devem estar a pensar que este post foi motivado pela febre do Euro 2004 que está mesmo à porta... e têm razão!
Ontem, como qualquer bom Tuga, fui fazer compras para os principais Centros Comerciais de Lisboa e confesso que fiquei bastante e agradavelmente admirado com a quantidade de referências a Portugal e aos seus símbolos.
Por momentos pensei que o António Ferro era Ministro da República (que tinha vindo substituir o José Luis Arnaut) e que estávamos em plena Lisboa de 1940, em vésperas da inauguração da Exposição do Mundo Português.
Pelo que me parece essa terá sido a última vez que Lisboa se apresentou como uma capital orgulhosa do seu país, expondo sem qualquer receio ou complexo os seus símbolos nacionais...
Escudos, Quinas, Esferas-armilares e galos de barcelos mostram que afinal até somos um país orgulhoso dos seus valores, da sua história e como estamos a precisar, esperançosos no futuro.
Foi com agrado que para tomar contacto com estes símbolos, não precisei de ir ver nenhum desfile do Nuno Gama, nem ir à Feira de Agricultura de Santarém, ou até mesmo esperar pela concentração de Skin Heads. Podemos não achar os símbolos muito bonitos (tudo bem! confesso que o galo de barcelos, as bonecas do minho ou os bonecos das caldas, podem não ser estéticamente bonitos...) mas são nossos!!! e vamos ser honestos, porque raio podemos de usar as folhas de plátano do Canadá, as estrelas dos EUA, as águias da Alemanha ou as riscas coloridas da Inglaterra ou da Suécia (e já agora se podemos usar os ridículos ratinhos e ursinhos da Sacoor Brothers, porque não a esfera armilar!?!?!) Devemos ser dos poucos países onde não fica bem mostrar os símbolos nacionais, mas é o máximo enaltecer os símbolos dos outros povos!!! Acho bem o altruísmo, o amor pelo próximo e incontornável globalização, mas não exageremos!!
Per todo o nosso Pertegale é só ver bandeiras nos Táxis, nas varandas, nas lojas e nos cafés. O verde e vermelho, nestas últimas semanas, domina a paisagem comercial, institucional e por vezes até mesmo pessoal. Até as lojas de roupa da moda (SPF, Zara, P&B) têm as cores da nossa bandeira nas montras e na roupa.
Será que só 30 anos depois do 25 de Abril, Portugal e os portugueses perderam os complexos com os seus símbolos nacionais?! Será que podemos ir para a rua com a bandeira nacional, vestir uma camisola vermelha e verde (está bem, as duas cores juntas não são muito estéticas) ou ter uma T-Shirt com a esfera armilar, sem ser tido como salazarista, bimbo ou skin?! (Um dia conto-vos uma história que se passou comigo por causa de um t-shirt do Nuno Gama com a esfera armilar).
E já agora porque será que o único espaço onde se podem enaltecer os símbolos nacionais é nos estádios de futebol!?! Todas as manifestações nacionais fora do desporto são consideradas pela maioria despropositadas ou de mau gosto?! Copiamos tantas atitudes e modas aos países do mundo inteiro e ainda não percebemos que quem tem razão é o Leite Matinal: "Se eu não gostar de mim, quem gostará?!"
De facto é interessante observar como o peso da mesma história que faz de nós os "Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal" também nos deixa desde há décadas totalmente "entre as brumas da memória".
Enfim... De gustibus et coloribus non disputandum.
Written by Anónimo
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