Pois bem, finalmente - e completamente fora de horas - aqui vão as imagens que recebemos. Felizmente, não recebemos muitas, porque se alguém tão entusiasmado como o João Xavier (não tem link porque não nos indicou) nos tivesse mandado as imagens que ele nos enviou, teríamos de estender o desafio pelo ano todo. Obrigado a ele, aliás, porque à excepção do extinto Passer Domesticus, foi o único a participar, e bem, a responder ao Desafio por mim lançado.
Como já passou "um pouco" o timming e estando já este Challenge esvaziado de sentido, não vamos pedir que adivinhem as imagens. Vamos apenas deixá-las à vossa apreciação com os comentários que foram enviados. Sem mais delongas, vamos começar pela única foto enviada pelo Passe Domesticus e seguem-se as restantes encontradas pelo João.
As fotografias estão em tamanho reduzido, pelo que se aconselha que aumentem a imagem para uma melhor definição.
Gare do Oriente - Lisboa
Avenida do Parque - Lisboa
Onde fica clara a relação do desenho do Parque Eduardo VII como prolongamento visual da Av. da Liberdade. No topo, previa-se um edifício monumental, ou algo marcante. Como em ortugal se constrói sempre com alguma lentidão, o projecto de "fecho" do Parque acabou por ficar nas mãos de um arquitecto paisagista (Gonçalo Ribeiro Teles), que preferiu inverter a coisa: não existe monumento para se ver para quem está de fora, mas sim a cidade transforma-se no monumento de quem olha do "parque-miradouro" que ele desenhou. (e claro, o Santana/Carmona tinham de estragar tudo com uma bandeira-monumento).
Baixa Pombalina - Lisboa
Esta é aquela toda a gente já deve estar mortinha de conhecer, pois graças à cidade que temos, Lisboa é frequentemente vista mais ou menos de cima, devido ao seu acentuado declive e múltiplos miradouros, elevadores, etc. Ainda assim, gostaria que olhassem e vissem: as ruas horizontais (na fotografia) estão alternadas em largura: larga, estreita, larga, estreita, etc; As igrejas não estão alinhadas com o eixo Oriente-Ocidente, como seria a convenção, para se submeterem à malha; a rua que separa os quarteirões dispostos na horizontal e os dispostos na vertical, é sensivelmente o lugar da Rua Direita - uma das principais ruas da Lisboa Medieval que foi destruida com o terramoto, e funciona como uma espécie de "memória" dessa cidade. E não é por acaso que é essa a rua que sobe para a Sé de Lisboa, e que liga o Largo do Município na outra ponta.
Nas cidades portuguesas é "normal" haver uma Rua Direita, nas cidades medievais. É a rua "herdeira" da rua Decumanus Romana (uma das duas principais (a outra era o Cardo) dispostas em cruz, nas cidades de herança romana). Em geral, é sobre essa rua direita que fica a Sé/igreja principal dessa aldeia.
Bairro da Encarnação - Lisboa
Este é um caso especial, porque foi uma urbanização desenhada a pensar no "ver de cima". Como fica junto ao aeroporto, queria-se que esta urbanização tivesse uma configuração que "interagisse" com quem aterrasse, e optou-se por esta forma alada que parece uma borboleta. De um ponto de vista conceptual, inspira-se na ideia de cidade-jardim.Belém - Lisboa
Esta urbanização não foi a pensar no ver de cima. Mas o seu rigor geométrico, "em leque" para se adaptar à inclinação/curvatura do terreno, formam um padrão interessante para quem vê de cima. A rua mais larga (na foto, a esquerda) liga a Torre de Belém e a ermida de S. Jerónimo. Esta ermida terá sido feita por altura do mosteiro dos Jerónimos, como ensaio construtivo (ok, a fotografia cortou essas referências, porque senão identificava-se logo o sítio). Foi uma urbanização feita por volta de 1940. Plena ditadura, portanto.
*comentários de João Xavier
*comentários de João Xavier
3 comentários:
muito bom :-)
ai xavier xavier... a armares-te em desconhecido :P
esse xavier é um chato.
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