Mais consciência

A blogayesfera parece respirar. Uns blogs nascem, outros mantêm-se como referências, outros resolvem fechar as portas. Ontem, quis conhecer novos mundos e que outos Eus cirandavam por aqui. Dei de caras com uma série de blogs fresquinhos, a cheirar a novo e cheios de garra. Conto actualizar a barra de links onde também irei colocar essas novas sugestões de leitura. Até lá, deixem-me adiantar um blink que prendeu a minha atenção. O blog em questão chama-se Portugays, Homossexualismo e Consciência e não esconde, à partida, a sua simpatia pelo nosso próximo provável primeiro-ministro.

Um pequeno apontamento pessoal para dizer que acho o Sócrates uma boa embalagem com um mau produto. É verdade que o homem até tem charme, veste-se bem, é eloquente, mas não convence, tão-pouco as propostas até agora avançadas pelo seu partido. Não duvido da sua vitória, que ficará a dever-se muito mais ao julgamento popular de como a coligação PSD/PP geriu o país nestes últimos anos do que pelo seu mérito ou da apresentação de um projecto verdadeiramente alternativo e profundamente reformador. Vão-nos servir o mesmo bitoque num prato diferente.

Diz o xxx do Portugays, que Portugal será o próximo país a legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo a seguir à Espanha, caso o PS ganhe nas próximas legislativas. No mês seguinte, o blog torna-se obviamente rosa, e num post chamado "Solidariedade", lê-se a extraordinária afirmação de que "votar em José Sócrates é a certeza da liberalização do casamento gay no nosso país." Já recentemente, diz que se associou "numa acção conjunta com diversos outros blogues de Portugal propondo uma grande mobilização pela causa homossexual" e ilustra essa acção(?) com um hipotético cartaz de campanha:

Tive de reflectir... ora a ser verdade que Sócrates seja gay, como se diz por aí, que garantias existem à mudança das actuais leis vigentes sobre cidadania? O ser gay? O ser de esquerda? Não, gays portugueses, Sócrates não é um Zapatero. Não, gays portugueses, as mentalidades não se mudam à força da lei.

Considero os desejos do xxx genuínos, mas infundados. E esse é o tipo de discurso que nos faz recuar ao invés de dar pequenos passos em frente.

Como ando numa de música portuguesa dos anos 80, lembrei-me da Lena d'Água que cantava alegremente qualquer coisa como isto: "Demagogia feita à maneira, é como um queijo numa ratoeira".

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Written by Anónimo

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