Em 2004, o Google comprou um produto chamado Earth Viewer que consistia num software de mapeação de imagens satélite que cobria praticamente a totalidade do planeta Terra. Um ano e milhões de downloads depois, qualquer comum mortal passava a ter, gratuitamente, acesso a uma informação que até agora estava apenas reservada a meia-dúzia de organizações militares e aos Estados mais ricos do mundo.
De um dia para o outro, qualquer pessoa com acesso à internet, podia virtualmente passear-se por qualquer parte do mundo e conhecer as suas esquinas com um detalhe até agora nunca imaginado. Num mundo pós 11 de Setembro, alguns governos tremeram com a possibilidade de verem as suas bases secreta reveladas via aérea e as vulnerabilidades das suas cidades expostas aos olhos do povo. Após algumas batalhas legais sobre a legitimidade da distribuição deste programa, sob a paranóia do terrorismo e da invasão de privacidade, o Google Earth continuou de vento em popa.
O nível de detalhe é tal que permite visualizar pessoas na rua, às quais só lhes falta o movimento. A título pessoal, já o utilizei por diversas vezes nas mais variadas ocasiões. Primeiro, fiz o que todos fazem: tentei encontrar a minha casa, tendo como ponto de partida uma imensa bola azul. Aproximando-me lentamente, vi surgir sobre os meus olhos, o Atlântico, o meu país, a minha cidade, o meu bairro, et voilá... os meus humildes aposentos vistos do ar. Posso até jurar que era o meu carro que estava estacionado em frente ao meu prédio. Noutra ocasião, antes de ter viajado para Santiago de Cuba, passei pelo Google Earth mas, infelizmente, nem todo o planeta está digitalizado com igual grau de detalhe e mancha que vi da cidade, apenas me permitiu perceber a forma como estava organizada. Este ano, pelo contrário, fiquei dias literalmente agarrado ao Google Earth a conhecer Barcelona. Foi graças a este programa que eu e o Bruno, conseguimos decidir por fim em que sítio queríamos ficar. O que é certo, é que a geografia da cidade ficou bem estudada!
Volta e meia, chegam notícias que não deixam de espantar. No mesmo ano em que o programa passou a estar disponível para download, um italiano descobriu, acidentalmente, os vestígios de um complexo de edifícios que vieram a revelar-se serem ruínas romanas, que passaram despercebidas ao nível do chão, mesmo tendo quase 500 metros de largura. Hoje, as notícias dão-nos conta que um espanhol descobriu duas crateras gigantescas, com um diâmetro de cerca de 31 kms (em baixo) em África.
Igualmente importantes foram as imagens satélite que permitiram verificar os estragos do Tsunami na Ásia e a implementação em camadas que permitia verificar o antes e o depois da passagem do furacão Katrina em Nova Orleães.
Qualquer um pode agora tornar-se um ciber-arqueólogo sem ter de sair de sua própria casa. Mas que aventuras poderemos ter sentados na nossa cadeira à frente de um computador. O que haverá ainda por descobrir neste planeta? Que contribuição poderá o cidadão comum dar à ciência?! E depois, as curiosidades... Quantos mitos urbanos se poderão criar? Será que isto é um carro voador? Será isto um OVNI? Que anomalias são estas no solo? Será esta a verdadeira face de Cristo marcada nas areias do deserto? E muitas mais imagens do fantástico aqui.
Uma vez que a blogosfera anda um pouco morta ultimamente, o H2omens lança daqui um desafio:
Conheces alguma imagem-mistério do Google Earth, localizada em Portugal Continental?
A ver se isto pega! Enviem os vossos achados para o nosso e-mail com as devidas coordenadas!
Boa sorte!
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