Durante quase um ano não houve telefone fixo em casa.
Depois de várias, muitas, eu diria mesmo imensas chamadas de telemarketing... resolvemos mandar cancelar o telefone fixo. Durante uma semana contamos mais de 30 chamadas de telemarketing quanto estava alguém em casa. O giro e muito "in" atendedor de chamadas (na época era o máximo chegar a casa e ir ver as mensagens no atendedor que marcava com números os recados e tinha uma k7 dentro) chegava a ter mais de 10 tentativas de contacto num só dia. Foram 3 semanas de verdadeiro horror e pânico... a certa altura já andava tudo ao estalo pela casa.
Eram senhoras a vender de tudo: viagens, férias, enciclopédias, electrodomésticos vários, movéis, utensílios de cozinha e até mesmo comprimidos para emagrecer. As chamadas seguiam-se umas às outras, de uma forma tão constante que houve mesmo uma senhora que chegou a dizer à minha mãe que já andava a tentar ligar à cerca de 20 minutos.
Como devem imaginar a decisão de desligar o telefone não foi fácil e teve mesmo de contar com o apoio dos senhores da PT. Segundo nos foi dito na altura pela Portugal Telecom, de alguma forma o nosso n.º de telefone tinha entrado numa lista de possíveis contactos de telemarketing e devia estar a ser vendido: tanto quanto soube na época existem duas formas de os senhores do telemarketing conseguirem os n.ºs; uma é pelas listas de contactos que são vendidas, a outra é pelas listas telefónicas de assinantes.
Cerca de um ano mais tarde, por necessidades familiares tivemos de mandar ligar novamente o telefone, mas desta vez com o cuidado de relembrar à PT o nosso caso do ano anterior, pelo que pedimos um n.º de telefone anónimo. Após esta situação passamo a dar o nosso n.º de telefone fixo apenas às pessoas mais chegadas, pedindo que nunca dessem este n.º caso fosse solicitado um contacto nosso.
De então para cá, e já passaram anos, tem sido uma calma a que já não se estava habituado.
Recordo-me que das primeiras vezes que o telefone tocou, depois de ter sido pedido o n.º anónimo, ficamos todos com ar de pânico e a olhar para o telefone... foi uma cena digna de qualquer filme de suspense. Felizmente que numa dessas primeiras vezes era apenas a minha avó a perguntar por uma qualquer receita.
segunda-feira, janeiro 17, 2005
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